A auditoria forense

AuthorSusana de Lencastre
ProfessionAssociate Partner, Ernst & Young
Pages303-314
A AUDITORIA FORENSE1
S  L
Associate Partner, Ernst & Young
I. INTRODUÇÃO
Os últimos anos têm sido ricos a demonstrar a pressão da sociedade em encontrar
soluções face aos  agelos da fraude nas suas distintas formas, quer por situações de
corrupção como a da Petrobras no Brasil, quer por situações de fraude às demonstrações
nanceiras com a da Wirecard na Alemanha. Se olharmos para a “fraud tree” de fraude
ocupacional, apercebemo-nos da riqueza das diferentes tipologias de fraude, que
se encontram agrupadas em três grandes grupos: corrupção, apropriação indevida
de ativos e demonstrações  nanceiras fraudulentas2. De notar que estas tipologias
e agrupamentos preconizados pela Association of Certi ed Fraud Examiners foram
criadas num ambiente anglo-saxónico pelo que poderiam ser revistas e adaptadas por
forma a considerar os impactos culturais das diferentes sociedades.
Nesse sentido, inicialmente considerou-se que a responsabilidade da identi cação
e análise de possíveis fraudes deveria recair sobre os órgãos de  scalização ou sobre as
autoridades judiciárias, sendo que, hoje em dia, assistimos a uma responsabilização
cada vez maior das organizações e dos seus stakeholders.
É nessa responsabilização que nasce o conceito de auditoria forense. A auditoria
forense vem responder a uma necessidade da sociedade em termos de análise detalhada,
1 Este capítulo é baseado em determinados referenciais teóricos publicados internacionalmente
como metodologia usada pela Association of Certified Fraud Examiners e na visão da autora e da sua
experiência de mais de 18 anos na área forense e de integridade. Este capítulo não corresponde a uma
visão jurídica ou académica desta temática, mas a uma visão baseada na realidade e experiência da sua
autora.
2 Vd. Association of Certified Fraud Examiners, https://www.acfe.com/fraud-tree.aspx, 2021;
MACKEVIČIUS J. and KAZLAUSKIENĖ L., “The Fraud Tree and its Investigation in Audit, Ekonomika,
850, 2012, pp. 90-101.

To continue reading

Request your trial

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT