Budismo Funerário Nikkei no Brasil: Interculturalidade versus Etnicidade

DOIhttps://doi.org/10.13169/decohori.3.0161
Pages161-204
Published date01 January 2017
Date01 January 2017
AuthorRafael Shoji
horizontes!
decoloniales
Número 3!
Año 2017
Budismo Funerário Nikkei!
no Brasil
Interculturalidade versus Etnicidade
Rafael Shoji
CERAL, Pontifícia Universidade de São Paulo
Resumen
El objetivo de este artículo es el budismo practicado por nipo-brasileños
(Nikkei), que históricamente se ha centrado principalmente en los ritos
funerarios y el culto a los antepasados. Los grupos resultado de la misión
japonesa enfrentan el dilema de la adaptación o la extinción, con la
progresiva integración cultural de los descendientes culturales y la
desaparición de las primeras generaciones de inmigrantes. Tal dilema se
hizo central en casi todos los templos. Ha prevalecido el exclusivismo
étnico, y la apertura intercultural hacia los brasileños continua siendo
poca. La situación es comparable al caso de Estados Unidos de
Norteamérica, país de mayoría protestante cuya historia de inmigración
japonesa es más antigua.
Palabras clave: Budismo, Interculturalidad, Etnicidad, Nipo -brasileños,
Brasil.
Resumo
O artigo focaliza o Budismo praticado pelos nipo-brasileiros (nikkei). Seu
foco principal são os ritos funerários e o culto aos antepassados. Os
grupos fruto das missões japonesas enfrentam o dilema de adaptação ou
extinção, com a progressiva integração cultural dos descendentes e o
desaparecimento das primeiras gerações de imigrantes. Essa opção por
uma sobrevivência intercultural ou um culto ancestral nikkei tornou-se
central em quase todos os templos. O fechamento étnico tem prevalecido
existindo poucas estratégias de abertura intercultural aos brasileiros. A
situação é comparável com os Estados Unidos, país de maioria
protestante e que tem uma história de imigração japonesa mais antiga.
Palavras-chave: Budismo, Interculturalidade, Etnicidade, Nikkei, Brasil.
Horizontes Decoloniales 3 (2017): pp. 161-204
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ISSN 2545-8728!
eISSN 2422-6343
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decoloniales
Número 3!
Año 2017
Rafael Shoji ! Budismo Funerário Nikkei no Brasil
Cita recomendada de este artículo!
Rafael Shoji (2017). «Budismo Funerário Nikkei no Brasil:
Interculturalidade versus Etnicidade». Horizontes Decoloniales 3: pp. 161–
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Número 3!
Año 2017
Rafael Shoji ! Budismo Funerário Nikkei no Brasil
Introdução
Nesse ensaio busco analisar os atuais dilemas do Budismo de
origem japonesa no Brasil, apresentando os elementos
conceituais e históricos envolvidos nas suas dificuldades de
transmissão para os brasileiros ou novas gerações e
mostrando comparações resumidas com o Budismo étnico
em outros países. Ainda existe uma expectativa da
persistência da identidade nikkei através das gerações, na
1
qual ainda se sustenta o envio de missionários japoneses,
dedicados especialmente a assistência espiritual dos
imigrantes e descendentes que continuam o culto aos
antepassados. Essa estratégia supõe que uma religiosidade
étnica pode ser simultânea a uma adaptação linguística e
cultural e que a identidade nikkei vai se manter na
diferenciação cultural e linguística com relação aos japoneses
e étnica com relação aos brasileiros.
Além de desenvolver os aspectos conceituais do Budismo
étnico nikkei, pretendo colocar sua prática dentro de um
contexto mais geral, fazendo comparações com o Budismo
japonês original, com o Budismo étnico em outros países e
especialmente apresentando uma contextualização do papel
do Budismo para os nikkei. No Brasil o Budismo nikkei
apresenta um padrão de divisão ritualística com outras
religiões, principalmente o Cristianismo na confissão
Católica Romana. Essa prática budista vem de encontro com
uma convivência religiosa ltipla, freqüe ntemente
encontrada tanto no Brasil quanto no Japão.
No Brasil, o termo Nikkei é usado como abreviatura do termo japonês
1
Nikkeijin, que significa «de ascendência japonesa». Inicialmente, era usado
para se referir a pessoas de ascendência japonesa nascidas e criadas fora
do Japão. Depois de 1990 e o afluxo de trabalhadores migrantes de
ascendência japonesa que migraram para trabalhar no Japão, o termo
também começou a ser aplicado à nova geração de descendentes
japoneses nascidos e criados no Japão (Córdova Quero e Shoji, 2014).
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