Questões referentes ao Conisco e à Detenção de Determinados Documentos e Informações (Timor-Leste v. Austrália)

AuthorBruno de Oliveira Biazatti
Pages319-320
Anuário Brasileiro de Direito Internacional, ISSN 1980-9484, vol.2, n.21, jul. de 2016, pp.315-341.
Pesquisa Relativa à Jurisprudência da Corte Internacional de Justiça no Ano de 2015
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Informações (Timor-Leste v. Austrália)
Bruno de Oliveira Biazatti
Em 17 de dezembro de 2013, o Timor-Leste iniciou uma ação contra a Austrália
na CIJ no tocante à apreensão, em 3 de dezembro de 2013, e subsequente detenção,
por agentes australianos, de documentos, dados e outras propriedades pertencentes
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estabelecimento comercial da Collaery Lawyers    
contratado pelo Timor-Leste. A apreensão ocorreu em decorrência de um mandado
de prisão emitido com fulcro no Australian Security Intelligence Organisation Act
1979. Segundo os agentes timorenses, os documentos apreendidos são dados e
correspondências trocados entre o Timor Leste e a Collaery Lawyers sobre a arbitragem
em andamento, entre o Timor-Leste e a Austrália, sobre o Tratado do Mar de Timor.
Ainda no dia 17 de dezembro, o Timor-Leste protocolou um pedido de medidas
provisionais contra a Austrália, solicitando que os documentos apreendidos fossem
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Depois que audiências orais quanto à essas medidas foram conduzidas, a CIJ, em 3 de
março de 2014, deferiu parcialmente o pedido do Timor-Leste. Ela concluiu que os
documentos continuariam sob a posse da Austrália, mas esta não poderia usá-los em
qualquer forma ou qualquer momento ou por qualquer pessoa em desfavor do Timor-
Leste. Todos os documentos e cópias devem ser mantidos sob sigilo até nova decisão
da CIJ e a Austrália estava impedida de intervir nas comunicações entre o Timor-Leste
e seus consultores quanto à arbitragem do Tratado do Mar de Timor.
Em 25 de março de 2015, o agente da Austrália enviou uma carta à CIJ
indicando que esse Estado estava disposto a devolver os documentos removidos da
Collaery Lawyers. Em consonância com isso, solicitou, nos termos do artigo 76 do
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março de 2014.
Em decorrência disso, a CIJ autorizou, em 22 de abril de 2015, o retorno
de todos os documentos e as cópias, ainda os mantendo em sigilo, para a Collaery
Lawyers, sob a supervisão de um delegado do Timor-Leste. A CIJ determinou que
quando os documentos forem efetivamente devolvidos, as medidas provisórias de
março de 2014 perderão seus efeitos. Em 15 de maio de 2015, Timor Leste e Austrália
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Em 2 de junho de 2015, o advogado timorense submeteu uma carta à CIJ
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presente ação foi plenamente satisfeita. Além disso, informou que desejava o
arquivamento do processo. Numa carta datada de 9 de junho de 2015, a Austrália
declarou que não se opunha ao arquivamento solicitado pelo Timor-Leste.

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